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Como as nossas motivações e objetivos podem organizar e controlar a nossa mente e o nosso corpo

A evolução deu-nos toda uma gama de motivações e comportamentos que por vezes podem estar em conflito entre si. E as nossas motivações básicas e objetivos de vida moldam a nossa perceção sobre nós mesmos e a forma como o nosso cérebro e corpo funcionam. Imagine uma pessoa que está completamente motivada para ter sucesso na vida,fazer o máximo de dinheiro que conseguir, sem se importar com as outras pessoas, e que na realidade está apenas interessada nas suas próprias necessidades e desejos. A que é que esta pessoa tende a prestar atenção e a concentrar-se? Como é que ela pensa sobre as coisas e as situações? O que é que ela valoriza e o que dá sentido à sua vida? O que a entusiasma e o que a faz sentir ameaçada? Como é que essa pessoa cuida de si mesma? Como é que ela vê as outras pessoas? Como é que ela se comporta com as outras pessoas? Como acha que as outras pessoas a vêm e se relacionam com ela?

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Consegue ver que a motivação dessa pessoa na vida – como ela quer ser – vai organizar muito do que se passa na sua mente e corpo, incluindo como ela age no mundo e como vai interpretar as situações reais que lhe vão surgir? Em contraste, uma pessoa muito mais focada na compaixão tem um interesse genuíno no seu próprio bem-estar e no dos outros, gosta de partilhar e trabalhar em conjunto, e ajudar os outros no que puder. A que é que esta pessoa tende a prestar atenção e a concentrar-se? Como é que ela pensa sobre as coisas e as situações? O que é que ela valoriza e o que dá sentido à sua vida? O que a entusiasma e o que a faz sentir ameaçada? Como é que essa pessoa ‘cuida’ de si mesma? Como é que ela vê as outras pessoas? Como é que ela se comporta com as outras pessoas? Como acha que as outras pessoas a veem e se relacionam com ela?

Mais uma vez note como a motivação dessa pessoa vai organizar muito do que se passa na sua mente e corpo de forma bastante diferente da pessoa anterior. Na verdade, sabemos agora através de dados da investigação que as pessoas que estão motivadas para ajudar os outros são mais felizes, têm menos problemas de saúde, e têm melhores relações e mais apoio do que as pessoas que são altamente competitivas e materialistas. Os diagramas abaixo representam isto de um modo simples: as nossas motivações básicas – o tipo de pessoa que queremos ser – afetam muitas coisas nas nossas mentes e nos nossos comportamentos e estas motivações e desejos podem ter implicações muito importantes na nossa saúde física e psicológica. 

Assim, motivações diferentes (competitiva vs. compassiva) formam diferentes padrões na nossa mente (ex. ao nível da atenção, emoção, comportamento, etc.). Por vezes podemos ser muito competitivos e autocentrados, e outras vezes podemos ser muito carinhosos, e outras vezes ainda só queremos divertir-nos com amigos! Assim, de certa forma, a vida passa pelo modo como equilibramos diferentes motivações e formas de estar no mundo, e pelo que escolhemos cultivar dentro de nós. 

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Uma das razões para nos focarmos na compaixão, e em particular no nosso ‘Eu Compassivo’, é porque este está ligado ao nosso sistema biológico motivacional de ‘prestação de cuidados’e, como começa a compreender, este sistema neuro-biológico ajuda-nos a enfrentar as dificuldades. Como parte deste treino da compaixão de 6 sessões, vamos pedir-lhe para passar algum tempo a focar-se no seu Eu cuidador e compassivo e a tentar trazer este aspeto de si para o seu dia-a-dia. Investigações por todo o mundo, incluindo as nossas, têm demonstrado que passar algum tempo todos os dias a cultivar compaixão, para connosco e para com os outros,e a trazê-la para o nosso dia-a-dia, pode ter um impacto muito grande no nosso corpo, no nosso sentido de Eu, e nos nossos relacionamentos com outras pessoas.

 

Com este treino vai explorar esse tipo de exercícios e práticas. Assim, as suas experiências e observações são muito importantes para nós (e necessitamos também que colabore na componente da investigação). Isto irá contribuir para melhorar a nossa compreensão acerca dos benefícios do treino da compaixão em situações e atividades profissionais onde há maior probabilidade das pessoas experienciarem elevados níveis de stress psicológico e emocional.

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